Total de visualizações de página

sábado, 4 de junho de 2016

Mansinho

Vem chegando de mansinho,
Me fale baixinho.
No meu ouvido, pode cochichar.
Vem dizer que me ama,
Que me quer na cama,
Ou em qualquer lugar.

Hoje eu sou feliz,
Foi o que sempre quis.
Pode acreditar,
Eu fiquei calado,
Peito amargurado por não saber dizer.

Que eu sofri demais
E já deixei pra traz,
Sem nada lhe dizer,
Que o sabor que eu gosto,
Sem ele, eu tenho um troço,
Estar com você.

















































































 Delírio

Ah! como foi bom,
No seu colo, poder dormir,
Falar de amor sem precisar mentir,
Olhando o céu, vendo o tempo passar.

Escute, amor,
Nada melhor do que estar com você.
Sentir seu cheiro e jamais esquecer
Aquele olhar que me fez parar.

Ai, ai, amor,
Me dê a mão, vamos passear.
Meus braços é um porto seguro,
A hora é essa, vamos festejar.

Eu sou como um passarinho
Que volta pro ninho quando quer criar.
Eu estou falando sério,
És a dona do império
Que não paro de pensar.


Cheirosa

Vai ser divertido
Eu falar contigo.
Sobre o amanhã
Vai ser gostoso,
Maravilhoso.
Eu sou seu fã.

Todo dia, espero.
É o que mais quero,
Ver você passar
Com seu rebolado,
Seu jeito dengoso,
Seu olhar malvado,
Seu cheiro gostoso.

Você não sabe o que é paixão.
É sofrer calado, tem pena do meu coração.
Ai, ai amor,
Não me deixe ficar calado.
Eu preciso ficar do seu lado,
Eu não vivo sem o seu amor.




Eu fui numa roda de samba
Num terreiro de café.
A pinga rolava solta,
Estava cheio de mulher.
 
Na mão, o samba eu levava.
Quase acabei com a sola do pé.
Quem disse que não se faz samba
Num terreiro de café.

Oh mulata!
Requebre as cadeiras, por favor,
De uma roda de samba, só saio amarrado.
Vou pra casa como estou.

Vou pedir para o meu santo,
Pra o samba não acabar.
O samba é meu encanto,
Sambo em qualquer lugar.



Luar

Luar, que beleza de luar.
Me senti num belo cenário,
Na varanda, meu peito estufava de saudade,
E como consolo minha viola eu tocava.

Com a lua, uma palavra eu buscava,
Dedilhando o que ela mais gostava,
Procurando entender o amor
Que, cheio de dúvidas, eu estava
E com seu brilho convicto me deixou.

O tempo foi passando
E minha viola não parei.
O dia amanheceu com o galo cantando.
Foi a noite mas inesquecível que já passei.

Esquecer o que eu senti,
Jamais vou esquecer.
Vou pendurar minha viola

Pra noutra noite de luar eu voltar a tocar.

Aprendendo a viver cantando 

Vou voar daqui,
Aqui não dá  pra ficar.
As sementes que aqui plantei,
A seca matou e não tenho condições de voltar a plantar.

Pra onde eu vou,
Eu não sei.
Sei que preciso continuar cantando
E buscando saber aonde errei.

Se errei, foi com as melhores intenções.
Sempre procurei distrair quem me escutava.
Gostaria de saber qual as razões
Que meu canto ninguém mais escutou,
Enquanto o tempo andava.

Com o tempo, tudo esclarece
E de longe ficarei a observar,
Com a seca, sofrerá quem não merece,
E com meu canto aprenderei a perdoar.








Abandono

Oh meu sabiá!
Porque fugiu do meu terreiro?
Conseguindo maltratar
Quem lhe escutava o dia inteiro.
 
Hoje morro de saudade
Não consigo disfarçar,
Apesar da minha idade,
Não aprendi a me acostumar.

Hoje sou um sofredor
E na varanda fico lhe esperando,
Certo que você chegou
E pra mim voltou cantando.

Mas, seu silêncio me convence
Que pra mim não vai voltar.
Queria saber a quem você pertence
E porque lhe proíbe de voar.









Assim é bom

Amarrei o meu burrinho
na sombra do umbuzeiro.
Parei pra relaxar
E dormi o dia inteiro.
 
Parei de trabalhar
Hoje é sombra e água fresca,
Carrego calos nas mãos
Do cabo da enxada, da foice e do facão.

Eu sempre fui feliz
E mudei de profissão.
Tomei o rumo certo
E vivo do que fiz.

Fiz muita amizade
E juntei o que queria.
Tenho uma bela família
Que cresce em plena harmonia.  

Eu já fui trabalhador,
Hoje o que eu faço é me distrair,
Durmo e acordo quando eu quero,

Só tiro a bermuda pra dormir.
Mudança

Venha escutar meu samba
E preste atenção por favor.
Ele nasceu numa viagem no tempo
Trazendo de volta o que por mim passou.

Tive alguns pesadelos,
Até que a vida me acordou,
Exigindo que eu colocasse um sorriso no rosto
E deixasse pro tempo tudo que passou.
 
Era o que eu precisava escutar
E na minha felicidade pensei.
Ai não dei bola pro azar

E no fim da minha viagem, este samba eu cantei.


Encanto


Coloquei no seu cabelo
Uma flor amarela
Nunca vi coisa mais bela
E ela, feliz, me beijou.

Atendi ao seu apelo
Me senti um beija flor
Suguei  da  flor  o  seu  néctar
O mel do nosso amor.

Viajei pelos seus sonhos
E parei no seu aconchego
Cheio de felicidade
Coisa igual, eu não vejo.