Sabedoria

Não  faz  mal,

não  faz  mal,

se  eu  ficar  de  fora  desse  carnaval.

Por  um  motivo  ridículo,

criado  por  um  cara  de  pau.

-“ Um  bom  cabrito  não  berra” -

é  assim  que  o povo  diz.

Quando,  na  gente,tentam  passar  a  perna,

e seu  território  é  marcado  com  um  pedaço  de  giz.

Pensando  que  só  eles  são  sabidos,

aí,  é  que  os  espertos  se  enganam,

porque,  pra  todos,  eles  são  bandidos

e quando  encurralados,  reclamam.

A  carruagem  passa,

e firme,  estamos  no mesmo  lugar.

Com  a  gente,  não  existe  trapaça,

fique  na  sua,  que  eu  vou  brincar.

Eu  estou  sabendo

por  onde  vou  caminhar.

No  bolo, vou  lhe  dizendo

aonde  você  vai  ficar.

Se  você  se  aborrecer,

não  aja  com  emoção.

O  carnaval,  você  pode  perder,

porque  sempre  acha

que  está  com  a  razão.

 

A  vida  é  pra  quem  quer  viver.

Amar  é  diferente  de  paixão.

Eu  vou  me  preparar

pra, minha  mão,  lhe  oferecer.

Com  certeza,  você  vai  precisar.

Vai  ser  duro  pra  lhe  convencer.

Eu  não  gosto  de,  assim  falar,

mas,  a  ignorância  vai  acabar com você.

Se  você  quiser  me  ouvir,

juntos,  podemos brincar.

Carnaval, pra  mim,  com  fé  em  DEUS,

sempre  vai  existir.

Pra você, posso  até  pagar  pra  ver.

Se  tudo  que  você  quiser,

pra  conseguir,  em  alguém,

a perna,  tentar  passar,

você  vai  ser  sempre  um  Mané,

porque  bobo,  você  não  vai  encontrar.

Ele sabe o que diz

Você veio me  perguntar

qual  o  futuro que  eu  quero  ter.

Eu sempre deixei  o  tempo  correr.

Pra que buscar,  o  futuro  saber?

Mal  espero  pelo  amanhã.

Pra mim,  o  céu  pode  descer,

a terra  pode  tremer,

só  não  quero  é  perder  seus  beijos,

com  gosto  de  maçã.

O  amanhã,  é  DEUS  quem  sabe.

É  ele  quem  traça  nosso  caminho,

porque,  com  o  futuro,  vou  me  preocupar,

se  ele  nunca  me  deixou  sozinho?

Ele  me  botou  no  mundo

e disse  pra  eu  ser  feliz.

Aproveitar o  bom  da  vida,

só  não  fizesse  uma  besteira,

e pela  paz,  segurasse  uma  bandeira,

que  jamais  Ele  iria  me  deixar.

Não  dispenso  nenhum  momento,

com  Ele,  faço  questão  de  falar.

Não  sei  o  que  é  sofrimento,

porque,  a  dor,  Ele  me  ensinou

o melhor  jeito  de  fazê-la  passar.

Eu  só  penso  em  você.

De  você,  não  abro  mão.

Você  é  minha  fonte  de  prazer,

Pedaço  do  meu  coração.

Esqueça  o  que  me  perguntou.

Deixe  o  destino,  da  gente,  cuidar.

Acredite  no  que  Ele  falou,

lá  de  cima,  Ele  não  para de  nos  observar.

Administrar o que sobrou da dor

Se  você  soubesse,

Me  daria  razão

O  porque  do  meu  stress,

Não  faria  confusão.

Me  deixava  concentrar

Pra fincar  o  pé  no  chão,

Buscando  uma  saída,

Com  a  melhor  solução.

Só  eu  sei  dos  meus  problemas.

Você  não  pode  imaginar.

Todos  têm  uma saída,

nelas,  estou  trabalhando,

não  precisa  se  preocupar.

Eu  preciso  é  de  carinho,

muito  apoio  e atenção,

conselho  na  hora  certa,

sem  nenhuma  falação.

Se  falação  não  incomodasse,

eu  parava  pra  lhe  ouvir  falar.

Eu  ando  de  cabeça  cheia,

preciso  de  força  e  calma  pra  me  recuperar.

Essa  vida  é  uma  escola,

nela,  você  vai  aprender.

Julgar  é uma  coisa  nobre,

só  para  o  mestre  dos  mestres.

Nunca,  pra  mim  ou  pra  você.

O  Mestre,  pra  mim,  já  falou

que  eu  posso  acreditar. 

O  pior  já  passou.

Agora,  é  administrar  o  que  sobrou  da  dor

Ele  me  falou,  também

que  ia  me  ensinar  a  perdoar

a  quem  me  fez  sofrer

no  momento em  que  mais  precisei

e, que,  com  falação,  pensava  em  me  ajudar.

Eu  sabia  o  que  eu  queria.

Eu  precisava  botar  o  pé  no  chão.

O  que  eu  pensava,  em  casa,  eu  dizia,

em  busca  de  uma  nova  opinião.

Ainda  hoje,  existem  cicatrizes.

Com  o  Mestre,  aos  poucos, estou  aprendendo  a  perdoar.

Sou  fiel  a  suas  diretrizes,

que  me  fazem  entender  onde é  meu  lugar.

Na  dor,  foi  que  eu  descobri,

Quem  do  meu  lado,  sempre  ficou.

Quantas  surpresas  eu  vivi!

O  bom  mesmo  é  que  eu  venci,

Fazendo  sempre  o  que  o  mestre  mandou.

Mandou  que  eu  fosse  forte  na  vida

E  que  em  mim  fosse  pensar.

Que  eu  encarasse,  com  firmeza,  a  lida.

Ele,  do  meu  lado,  eu  ia  ter  muito  o  que  colher  e  plantar.

Da  chuva,  a gente  sempre  espera,

Que  ela  caia  em  todo  lugar.

Para  quem  mais  precisa,  às  vezes,  ela  vira  a  cara,

Fazendo  da  seca  uma  fera,

Destruindo  quem  nessa  vida,  tem  muito  pra  ajudar. 

Porta errada

A  saudade,  na  minha  porta  bateu.

Sem  querer, deixei  entrar.

Ela  abusou  do  que  era  meu.

Não  tive  tempo  para  pensar.

Eu  queria  ter  condições

de  pra  ela  poder  falar,

pra  surpresas,  existem  ocasiões

e  não  correr  o  risco  de  abusar.

Vai  ,vai  saudade,

procure  outra  porta  pra  entrar.

Estou  bem  no  meu cantinho,

recebo  e  dou  muito  carinho

a  uma  flor  que  nasceu  e  cresceu  no  meu  pomar.

Capim santo

Eu  vou  plantar

uma  área  de  capim  santo.

Ele  serve  pra  chá

e  faz  sumir  o quebranto.

Foi  um  amigo  quem  me  ensinou.

Ele  andava  perdido

e com  o  capim  santo,

segundo  ele , se  encontrou.

Foi  um  período  sofrido.

Pra  mim  foi  um  milagre.

Seu  sofrimento  eu  acompanhei.

Ele  buscou  uma  solução  em  vários  lugares

e  se  ele  ficou  são  com  o  capim  santo,  eu  não  sei.

Sei  que  na  minha  área  vou  cultivar

e  que  meu  amigo  tenha  razão.

Dele,  motivos  não  tenho  pra  duvidar.

Pouco  vai custar  eu  investir  no  meu  chão.

Se  nada  acontecer,

paguei  para  aprender

que  ao  ouvir,  temos  que  analisar.

Porque  quando  se  perde,  qualquer  caminho,

se  busca , para  onde  precisa  chegar.

Caso  isto  acontecer,

zangado  vou  ficar?

O  dinheiro  que  gastei ,

mais  pobre,  não  me  deixou.

Me  deixou  feliz,

pois  com  ou  sem  capim  santo ,

meu  amigo  se  curou.

Revolta

Hoje  a  paciência  acabou.

Passei  a  noite  acordado

vendo  meu  filho  chorando  do  lado,

quando  a  miserável  da  fome,  quase  o  matou.

Parece  até  exagero

para  aqueles  que  tem  o  que  comer,

nunca  viram  suas  barrigas,  de  fome,  gemer.

e  nesta  vida,  vão  ficar  pra  sementes  e  quando  tiver  sofrimento,

serão  os  derradeiros. 

Destes,  o  que  pensam,  pouco  vou  me  importando.

Nasceram  com  um  DEUS  na  barriga.

Se,  a  eles,  solicitar  um  trabalho,  compra-se  uma  briga.

Eu  quero  é  resolver  o  problema  de  casa,  trabalhando.

Por  isto , mais  uma  vez , saí  pra  procurar

um  trabalho  honesto,  que  o  leite  com  farinha,

minha  família , pelo  menos  pudesse  comer.

Sou  um  profissional  da  construção,  mas  do  jeito  que  estou ,

não  dá  pra  escolher.

Sinto  a  fraqueza  batendo  na  porta  e  lá  em  casa,  ela  não  pode  ficar.

Fui  parar  num  canteiro  de  obra

recebido  por  um  placa  presa  ao  portão.

Nela,  o  que  estava  escrito,  quase  me  tirou a  razão.

Para  acreditar,  li  mais  de  uma  vez,  não  há  vagas,  o  que não  presta,  aqui  tem  de  sobra.

É  humilhar  demais.

Será  que  é  esta  a  maneira  de  se  tratar  um  cidadão?

Com  certeza,  a  idéia  é  de  um  pobre  coitado

que  a  vida  ainda  vai  lhe  dar  uma  lição. 

A  pancada  doeu,  mas  DEUS  sabe  o  que  faz.

Sobre  minha  cabeça,  o  pai  todo  poderoso,

a  mão  colocou.

Disse  que  eu  sempre  olhasse  pra  trás,

que  continuasse a fazer  o  bem,  que  este  jamais  se  desfaz.

E,  eu,  ficasse  em  paz,  que  o  pior  já  passou.

Confesso  que  a  terra  tremeu

e  eu  não  conseguia  sair  do  lugar.

Quando  um  cidadão  saiu  do  canteiro  da  obra,

perguntando  se  eu  queria  trabalhar,

e, caso  quisesse,  o  emprego  era  meu.

Passei o dia trabalhando  e  a  DEUS  agradecendo,  rezando.

Só  quem  tem  fé  para  acreditar.

Fui  humilhado  e  como  um  nada,  no  chão  fui  jogado.

Mas,  hoje  eu  tenho  aonde  meu  dinheiro  ganhar.

E  pra  casa,  um  vale  transporte  e  um  de  refeição ,

pra  começar  eu  vou  levando.

CIRANDA

Quem,  na minha  ciranda,  apostou

e  o  meu  samba  de  roda,  começou a cantar.

Num  porto  seguro,  aportou

e  longe  de  mim,  não  queria  ficar.

Por  isto,  meu  peito  é  só  alegria

e  muita  vontade  de  amar.

É  um  sentimento  que  há  muito,  eu  sentia.

Só  agora,  ele  chegou  pra  ficar.

Pode  usar  o  que  é  seu

e  assumir  o  seu  lugar.

Mando  no  que  é  meu,

no  que  é  seu,  só  você,  pode  mandar.

Seu  nome,  gravei  num  pé  de  flor

para  que  eu  não  possa  esquecer.

Se  esquecer,  sua  imagem  buscarei  da  maneira  que  for,

porque  infeliz,  eu  não  quero  morrer.

FARTURA

A  cauã  cantou  na  serra.

A siriema  na  baixa  deu  sinal.

A  chuva, por  ninguém,  espera.

E  choveu  forte  no  meu  quintal.

Vai  ser  de  fartura  este  ano,

graças  a  SÂO  JOSE.

Fui  esperto  e  a  terra  fui  preparando,

cheguei  na  frente  apostando  na  minha  fé.

Quando  a  cauã  na  serra  começa  cantar

e  a  siriema  na  baixa  dá  sinal.

Escolha  a  semente  e  pode  plantar

porque a  chuva  forte  vai  cair.

Aos  poucos,  seu  quintal  começa a  florir.

e  muita  fartura  passa  a  ser  normal.

Depois  disso tudo,  a  vida  começa  a  sorrir.

Com  alegria,  o  caboclo  agradece  a  SÂO  JOSE.

Acabaram  os  motivos  para  partir.

Dessa  terra,  que  já  fez  no  caboclo  muitos calos  nos  pés.