Hoje a paciência acabou.
Passei a noite acordado
vendo meu filho chorando do lado,
quando a miserável da fome, quase o matou.
Parece até exagero
para aqueles que tem o que comer,
nunca viram suas barrigas, de fome, gemer.
e nesta vida, vão ficar pra sementes e quando tiver sofrimento,
Destes, o que pensam, pouco vou me importando.
Nasceram com um DEUS na barriga.
Se, a eles, solicitar um trabalho, compra-se uma briga.
Eu quero é resolver o problema de casa, trabalhando.
Por isto , mais uma vez , saí pra procurar
um trabalho honesto, que o leite com farinha,
minha família , pelo menos pudesse comer.
Sou um profissional da construção, mas do jeito que estou ,
não dá pra escolher.
Sinto a fraqueza batendo na porta e lá em casa, ela não pode ficar.
Fui parar num canteiro de obra
recebido por um placa presa ao portão.
Nela, o que estava escrito, quase me tirou a razão.
Para acreditar, li mais de uma vez, não há vagas, o que não presta, aqui tem de sobra.
É humilhar demais.
Será que é esta a maneira de se tratar um cidadão?
Com certeza, a idéia é de um pobre coitado
que a vida ainda vai lhe dar uma lição.
A pancada doeu, mas DEUS sabe o que faz.
Sobre minha cabeça, o pai todo poderoso,
a mão colocou.
Disse que eu sempre olhasse pra trás,
que continuasse a fazer o bem, que este jamais se desfaz.
E, eu, ficasse em paz, que o pior já passou.
Confesso que a terra tremeu
e eu não conseguia sair do lugar.
Quando um cidadão saiu do canteiro da obra,
perguntando se eu queria trabalhar,
e, caso quisesse, o emprego era meu.
Passei o dia trabalhando e a DEUS agradecendo, rezando.
Só quem tem fé para acreditar.
Fui humilhado e como um nada, no chão fui jogado.
Mas, hoje eu tenho aonde meu dinheiro ganhar.
E pra casa, um vale transporte e um de refeição ,
pra começar eu vou levando.
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