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domingo, 27 de novembro de 2011

Menosprezo


Me  jogaram  pra  bem  longe
daqui.
Nem  eu  mesmo  sei  onde  estou,
não  faço  idéia de como  sair. 
Mas  este  lugar  vou  deixar
seja    como  for.

Viver  onde  me  confinaram
é  tarefa  que  não  nasci  pra  cumprir.
Me  acostumei  com  o  pesado,
jamais  recusei  trabalho,
mas  na  minha  limitação,  abusaram
com  o  direito  de  me  oprimir.

  com  um  dos  olhos,  pouquíssimo
eu  posso  ver.
Não  me  considero  um  pobre  coitado,
pois  no confinamento
e  com  a  consciência  que  DEUS  me  ajuda
a  cada  dia a desenvolver,
percebo  que  muitos  que  se  julgam  importantes,
mesmo  com  as  duas  pernas,  não  conseguem
correr.

Facilidade  nunca  encontrei,
quando  era  possível  o  difícil  eu
transformava  em  ferramenta.
Muito  solo  com  meu  suor  eu  reguei
e  hoje  eu  percebo,  ao  rodar  o  filme,
 por  onde  eu  passei,    meu  ego  ele  alimenta.



Derramei  lágrimas  de  sangue
para minha  família  o  melhor  poder  dar.
Sempre  fui  fiel  e em  todas  as  horas  presente.
Sempre  me  preocupei  com  os  bons  exemplos.
Nunca  e até  hoje  não  sou  de  criar  caso,
o  porque  disto  tudo    DEUS  pra  explicar.

Como  não  sou  um  profundo  conhecedor
da  vida,
muitos  dissabores  eu    passei.
Pelo  menosprezo  de  quem  poderia  se  lembrar
das  vezes  que  meu  bolso  furava,  pra  deixar
o  dele  cheio,  outro  tratamento  eu  merecia  ter.

Dizem  que  esta  vida  dá muitas  voltas,
Disso,  eu  quero  acreditar.
Jamais  quero  um  deles  infeliz  em minha  porta.
Mas,  onde  eu  andava,
 mesmo  com  as  minhas  limitações 
sem  ser  um  menosprezado,
 quero  voltar.

E  quero  voltar  sem  ser  problema,
pois, o  que  fazer, ninguém  me  precisa  ensinar.
Eu  quero  é  o  mundo  que  lutei  pra  construir
e  não  o  que  eu  nunca  pensei,
 que  depois  que  o  destino,  comigo  aprontou,
me  colocaram  sem  o  meu  consentimento,
para  morar.

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