Eu nasci e cresci,
escutando o mais velho falar
que não se deve confiar
em quem dorme no sereno.
Eu acreditava, hoje, se perguntam o que eu acho,
em cima das buchas respondo.
O que assusta é acreditar
em quem tem , no sangue, veneno.
Veneno igual ao da cobra cascavel,
da jararaca ou da coral.
Que matam quando são agredidas,
nunca pelas costas, ou por nada, mandam alguém
dar uma voltinha no céu.
Diferem dos traidores,
que, da covardia, fazem escudos.
Ficam felizes provocando dissabores.
Atacam em silêncio,
pra àqueles que não os conhecem,
apostam que são mudos.
Quem agride pelas costas,
jamais merece perdão.
Levam um futuro sombrio como resposta
e no seio de uma comunidade,
andam como porcos, tentando aparecer
sempre com a cara no chão.
Difícil é acreditar, que uma cara de santa,
tanto veneno, no sangue, possa carregar.
Ao descobrir, até ao mundo espanta,
porque fica difícil saber em quem confiar.
Cuidado tem que se ter
com os que dormem no sereno.
São irracionais e tudo podem fazer,
mas nada por prazer.
E do que fazem, não vivem se escondendo.
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