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sexta-feira, 13 de maio de 2011

ARAPUCA


Armei  uma  arapuca
pra  pegar  meu  bem  querer.
Ela  foi  esperta
e  nem  de  longe  quis  me  ver.

Ela  está  brincando
e  fingindo  acreditar
que  em  arapuca,  ela  não  cai,
porque  eu  não  sei  armar.

Pra  tudo,  tem  seu  dia,
é  o  que  sempre  ouço  falar.
Só  a  boba  é  que  não  via
onde  ela  ia  parar.

Vai  parar  nas  minhas  mãos
porque  este  é  o  seu  lugar
e  vai  saber  qual  a  razão
que  batalhei  pra  lhe  pegar.

É  o  meu  coração  quem  diz
e  sorrindo  me  falou,
seremos  um  casal  feliz,
vivendo  um  grande  amor.

Não  adianta  você  correr
nem  tentar  me  tapear,
vou  dar  de  sobra  o  que  você  quer,
não  deixe  a  fila  andar.

QUE JEITO?


Ficar  em casa,
parado, eu  não  quero.
No  momento,  pouco  posso  fazer.
Compreensão  é  o  que  mais  espero,
pra  que  meu  caminho,  eu  não  possa  perder.

Pra  não  perder,  muita  força  eu  faço.
Às  vezes,  tentando  me  enganar
que  tudo  ainda  posso  ver,
mas , muito  pouco  consigo  enxergar.

Foi  o  destino,  que  comigo  aprontou.
Até  hoje,  não  pergunto  por que
nessa  vida,  muita  coisa  mudou,
privando-me  do  que  mais  pude  aprender.

É  difícil  aceitar
esta  incômoda  situação.
Jamais  deixei  de  fazer  andar,
tudo  aquilo que  era  colocado  nas  minhas  mãos.

Perguntam-me  se  sou  feliz.
Respondo  que  estou  aprendendo a  viver.
Como  foi  o  destino,  que  assim  quis.
Tenho  certeza  que  fui  escolhido
porque  ele  acha  que  eu  posso  vencer.

Ele  sabe  que  da  guerra,  eu  não  corro,
e que   nasci  pra  lutar.
Nunca  gritei  por  socorro,
  pra  DEUS  tive  que  apelar.

Sempre  ele  esteve  ao  meu  lado,
ajudando-me,  mais  do  que  eu  merecia,
por  isto,  quando  estou  desolado,
busco  na  minha  consciência,  a  saída  pra  o  meu  dia  a  dia.

ADVERTÊNCIA


Eu  vou  contar  piada,
não  vou  deixar  você  dormir.
Uma  noite  não  é  nada,
pra  quem  deve  se  distrair.

Você    trabalhou,
  fez  por  merecer.
O  que  você  juntou,
  de  sobra,  não  precisa  mais  crescer.

A  vida  é  muito  curta.
Dela,  vamos  aproveitar.
Depois, não  tem  desculpa
porque    viveu  pra  trabalhar.

Quem  trabalha  demais
e  não  liga  para  o  lazer,
a  saúde  se  desfaz,
e  o  dinheiro  não  evita, o  pior  acontecer.


Se  para  o  céu  você  for,
muito  pouco  vai  fazer,
porque    para  o  trabalho  ligou.
E  cuidar  da  alma,  não  teve  tempo  de  aprender.

Difícil  é  fazer
papagaio  velho  falar.
Se  aqui  você  não  aproveitou  pra  saber.
  em  cima , até  pedra  nas  costas,  vai  carregar.


Não  é  como  castigo
e sim,  pra  lhe  ensinar.
que  você  deve  ser  seu  grande  amigo,
e  que  viver, não  é    trabalhar.

JUÍZO


Eu  vou  sair  daqui.
Pedra,  de  doido,  não  quero  aparar.
Em  situações  que  não  devo  assistir,
esse  mal,  doutor  não  pode  curar.

Perto  dele,  sempre  andei.
Pensei  que  ele  estivesse  melhor,
confesso  que  me  enganei,
está  cada  vez  pior.

Eu  sempre  soube  que  doido  não  pensa
e  se  esbarra  em  qualquer  lugar,
seus  neurônios  estão  sempre  em  falência,
espero  que,  dinheiro,  não  comece  a  rasgar.

O  que  me  impressiona
é  sua  maneira  de  agir.
De  um  simples  passo,  faz  uma  maratona.
Sobe,  desce,  desce  e  sobe
e  respeito  pelos  os  outros,  jamais  vai  sentir.


É  difícil  de  entender
porque,  um  remédio,  não  toma  pra  relaxar.
Imagino  o  quanto  não  deve  sofrer,
tentando  ser  simpático,
pra  junto  dos  seus  poder  ficar.

Covarde, eu  não  sou,
e  graças  a  DEUS  consigo  pensar.
Me livrei  da  pedra  que  ele  jogou.
Em  mim?  Ele, jamais,  vai  acertar.

PIRÃO PRIMEIRO


Farinha  pouca,  meu  pirão  primeiro
é  a  expressão  dos  egoístas,  que  mais  se  ouve  falar.
Quando  o  pouco  aparece,  pra  ser  dividido,
são  os  que  chegam  primeiro,
sem  a  mínima  preocupação , com  o  que  vai  sobrar.

O  futuro  é  bucho  cheio.
O  hoje  é    pensar  em  ganhar.
O  ontem  foi  perdido  para  o  alheio.
Insatisfeitos, sempre  demonstram  estar.

Família  e  amigos  ficam  em  segundo  lugar.
Para  os  outros,  nem  o  desejo,
às  vezes,  sobra  a  condição  de  olhar.
Olhar,  sem  direito  a  uma  fatia,
é  comum  a  expressão,  eu  não  vejo.


É  por  isto  que  muita  coisa  acontece
e  poucos  conseguem  perceber.
O  sacrifício  é  pra  quem  não  merece
e  os  egoístas  nada  querem  saber.

DANCEI


A  correnteza  do  rio  levou
tudo  o  que  eu  vim  buscar.
Saí  cedo,  não  adiantou.
Nem  por  isso,  eu  vou  chorar.

Agora  eu  me  pergunto
porque  na  beira  do  rio  eu  fui  deixar,
se  o  que  corre  risco  eu  não  junto
e  não  sou  de  facilitar?

Mas,  tudo  tem  seu  dia
e  errar  nunca  foi  privilégio  de  um  só.
Jamais  vou  fazer  do  fácil  uma  mania.
Desta  vez,  aprendi,  ficando  na  pior.

Vou  começar  nova  vida
levando  na  bagagem  esta  lição.
Será  uma  fase  difícil,
com  humildade  e  mantendo  o  que  cultivo
no  meu  coração.

Se  vou  vencer?  Claro,  DEUS  nunca  me  abandonou.
Ele  sabe  do  que  sou  capaz.
Que  jamais  deixei  de  ser  o  que  eu  sou
e  com  seu  apoio,  o  possível  a  gente  faz.






ESPERA.




Eu  sempre  acordo  cedo,
me  distraio , ouvindo  o  galo  cantar.
Fico  no  portão,  sem  medo,
esperando  você  passar.

  faz  muito  tempo
que  eu    me  acostumei.
Até  hoje  eu  não  entendo
aonde  foi  que  eu  errei.

Se  eu  errei,  deve  ter  uma  razão,
eu  não  sou  de  provocar,
quem  carrego  no  coração
e  nele , tenho  guardado  o  seu  lugar.

Foi  um  mau  entendido
e  você  valorizou,
para  não  complicar,  fico  contido,
no  portão,  lhe  esperando,  estarei  a  hora  que  for.

Não  adianta  criticar
o  que  eu  estou  fazendo.
Ainda  vou  lhe  mostrar
que  é  bobagem  ficar  sofrendo.

Vamos  conversar,
conversando, vamos  nos  entender.
O  que  sentimos,  não  se  joga  pra  lá,
e  tempo,  não  se  deve  perder.

Quando  você  passar, 
me  jogue  um  beijo  com  as  mãos,
lhe  prometo  que  vou  guardar
e  com  ele  farei  nossa  canção.

domingo, 8 de maio de 2011

Sertanejo


Eu  nasci sertanejo.
No  sertão  me  criei.
Sair  deste  chão  não  me dá  desejo.
Pra  permanecer,  tem  que  ser  forte  eu  sei.

Sinto  vontade  de rir
quando  falam , que  o sertanejo  é  um  sofredor.
Eles  se  esquecem , quem  nos  colocou  aqui.
Foi  aquele  que    o  frio,  conforme  o cobertor.

Aqui  nasce  a  aroeira,  a  braúna,
que  nem  fogo  consegue  queimar.
Em  outras  terras,  uma  muda  ninguém  arruma
porque  provam,  que  os  guerreiros,
 sobrevivem  em  qualquer  lugar.

Quem    fez  parar  o  canto  da  patativa?
Quem  nunca viu  a  linda  flor  do  mandacaru?
É  um dos  pedaços  de  chão  que  o  sol  mais  cativa,
mas  compensa  com  o  saboroso  fruto  umbu.

Água  limpa    quando  cai  do  céu.
Quando  acaba,    de  barreiro o  sertanejo  consegue  beber.
Do  azedo,  feliz  ele  transforma  em  mel
porque  é  um  privilégio,  no  sertão  um  cidadão  nascer.

Concordo  que  não  é  fácil  viver  no  sertão,
mas  quem  nos  deixou  aqui  sabe  o  que  fazer.
Pra  quem  tem  pele  fina,  tentar ser  sertanejo,
vai  saber  a  razão
que  os  obstáculos  fazem  parte  da  vida
 e  para  vencê-los,  nem sempre  querer  é  poder.

Sambador


Quem  é  o  sambador
que  faz  este  povo  sambar?
De  Pedro  a  Maria,
quando  começam,  não  querem  parar.

O dia  ainda  está  clareando
quando  o  galo  começa a cantar.
Ninguém  para  e  continua  sambando,
e  gritando  o  samba  não  pode  parar.

Me  fale  sambador
de  qual  terreiro  você  saiu?
Qual  foi  o  santo  que  lhe  batizou?
Lhe  ensinou  a  tocar  tambor
e  do  seu  cansaço  ninguém  sabe  e
ninguém  viu.

Eu  sou  um  mensageiro
e sambando  levo  minha  mensagem.
Com  o  samba,  cura-se  a  tristeza  ligeiro.
E  as  dificuldades  da  vida,  viram  bobagem.









SERENO DA MADRUGADA


Sereno  da  madrugada,
não  deixe de  molhar,
o que  eu  plantei  pra  minha  amada.
Secando,  não  vai  criar.

Foi  uma  rosa  tão  linda
que  demorei  pra  achar.
Sua  ajuda  é  bem  vinda,
e, eu , não  vou  dispensar.

Sereno , sereno,  sereno ,
você,  na  mão , nunca  me  deixou,
me  ajude , que  eu  estou  vivendo
um  verdadeiro  amor.

Você  pode  não  acreditar,
mas  lhe  peço  de  coração,
jamais  vou  lhe  perdoar,
dessa  vez,  não  vai  ter  perdão.

  estou  falando  assim
pra  você  não  brincar.
Este  presente  vai  trazer  pra  mim
o  que não  me  canso  de  buscar.

Sereno  da  madrugada
que  muito, já  me  molhou
e  eu  nunca  disse  nada,
porque , você  sempre  me  ajudou.

DIA DE FESTA


No  dia  dois  de fevereiro,
vou  para  o  Rio  Vermelho
colocar  meu  saveiro  n’água.
Hoje  é  dia  de  festa, vou  comemorar,
vou  levar  minhas  oferendas,
meu  abraço  e  minhas  crenças,
e  dar  de  presente  à  rainha  do  mar.

No  seu  aniversário,
não  falo  em  trabalho.
  quero  me  divertir,
não  saio  do  seu  lado,
tomo  um  bom  rabo  de  galo.
Se  eu  pudesse,  ficava  aqui!

Quando  chego  em  alto  mar,
é aonde  vou  encontrar
toda  confraternização.
Nada  é  mais  belo,  o  azul  do  mar,
com  os  raios  de  sol  amarelos,
onde  chamo  por  seu  nome,
numa  forte  emoção.

Devagar,  você  aparece,
com  seu  lindo  vestido  azul,
que  no  seu  aniversário,  nunca  deixa  de  usar.
Nesse  momento,  o  mar  estremece

e a  todos  agradece,  com  uma  rosa  vermelha,
que  tirou  do  cabelo
e  estende  um  tapete
pra,  do  seu  banquete,  todo  mundo  fartar.

Essa  é  minha  rainha!
Minha  doce  e  linda  Iemanjá!
A  ela  eu  peço  saúde,  muitos  anos  de  vida
e  coragem  pra  pescar.

Enquanto,  dela,  eu  tiver  licença,
estarei  sempre  em  alto  mar,
manterei  a  minha  crença,
não    tempestade  que  me  vença,
porque  sou  filho  e  abençoado  por  Iemanjá.

Para  o  ano,  eu  venho  de  novo.
Estarei  no  meio  do  povo,
cantando  sua  oração.
Espero  sempre  agüentar
e  com  sua  ajuda  atravessar
as  ciumentas  ondas  do  mar.





AREIÃO DOS DEZ


  faz  muito  tempo
e  nunca  consegui  esquecer
os  fins  de  tardes  maravilhosos,
que  passei  na  minha  juventude
e  que  me  ajudaram a  crescer.

Carreguei  muita  água  em  carote
Para, o  reservatório  de  casa,  encher.
Comigo,  iam  amigos,  vizinhos,
com  latas  na  cabeça, na  época,  era  um  dever.

Lá,  a  gente  encontrava  Barim,
Peito  de  Pomba,  Anum  Branco  e  Zabelê,
todos  viviam  de  botar  água  nas  casas,
pra  depois  de  filtrada,  beber.

Não  existia  água  encanada
e  nem  por  isto,  acabava  o  prazer,
bastava  pisar  no  areião  dos  dez,
que  o  sacrificio  acabava,  transformando  em  lazer.

Era  gente  pra  todos  os  lados
e  tendo  sempre  o  que  fazer,
roupas,  ao  longo  do  rio,  lavavam,
carros  sujos, em  pouco  tempo,  limpavam,
da  manhã  ao  anoitecer.

Os  babas  eram  sagrados,
tinham  seus  lugares  marcados  no  areião,
da  turma  do  barro,  ninguém  ficava  do  lado,
eram  todos  amigos,  mas,  quando  a  bola  rolava,
era    confusão.

Era  um  baba  famoso,
com  bola  enrolada  de  cordão,
as  faltas,    eram  marcadas,
quando  não  era  possível  levantar  do  chão.

Na  escolha  dos  times,
a  pergunta  era  uma  só:
o  baba  é  com  lambança  ou  sem  lambança?
a  resposta  andava na  ponta  da  língua,
com  lambança,  é  melhor.

O  nosso,  era  mais  calmo,
o  respeito,  um  pelo  o  outro,  imperava,
nunca  era  um  baba  de  moça,
é  que  nossa  turma,  a  bola,  ninguém  maltratava.

Tudo  era  muito  gostoso,
melhor,  era  quando  o  sol  se  escondia,
ninguém,  do  areião,  arredava  o  pé,
esperando  as  meninas,  que  pra  tomar  banho,
o  barranco do rio, descia.



Dentro  d’água,  era  um  corre-corre,
um  verdadeiro  salve-se  quem  puder,
de  toca,  ficava  o  mais  mole,
sem  sentir  nem  cheiro  de  mulher.

Quem  encanarava,
corria  pra  o  poço  da  gameleira,
na  margem  oposta  ao  areião.
Às  vezes,  tinha  gente  demais  na  pedra,
que  tornava  tudo  capaz
e  servia  como  testemunha  de  grande  confusão.

O  tempo  passou  depressa,
duvido  que  do  areião  dos  dez,
 quem,  por  lá,  andou, um  dia,    esquecer
dos  banhos  no  Rio  de  Contas,  do  poço  da  gameleira,
das  ilustres  professoras,  sem  dúvida,  saudosas  parceiras.

Éramos  garotões,
mas  não  fazíamos  besteira,
o  bom, fora,  não  se  jogava,
e  pouco  importava  a  vida  alheia.
Nenhum  de  nós,  hoje,  se  conforma,
vendo  o  areião  dos  dez,  ser  transformado  em  lixeira.

RAINHA


A  rainha  me  falou
que  aqui,  eu  não  posso  ficar.
Eu  não  sei  pra  onde  eu  vou,
e  com  quem  eu  posso  contar.

Não  sei  se  escutei  direito,
ou  se  eu  não  quis  acreditar.
Chegou a  machucar  meu  peito,
me  deixando  sem  poder  falar.

O  que  aconteceu,  eu  não  sei,
e  porque  ela  assim  me  tratou.
Um  plebeu,  eu  me  tornei,
jamais,  sofri  com  tanta  dor.

Ela  não  sabe  o  que  fez
e  pelas  conseqüências  que  vai  passar,
o  que  acordamos,  não  se  desfez,
por  isto  não  vou  deixar  pra  lá.

Ela  pode  ser  nobre
e  passar  sangue  azul  no  seu  coração,
porém,  de  caráter,  ela  é  pobre,
e  sem  competência  para  esta  missão.

É  o  povo  quem  fala
e  a  voz  do  povo  é  a  voz  de  DEUS,
desse  jeito,  do  precipício, não  escapa.
Escreveu  não  leu ,  o  pau  comeu

Ingazeira



Meu  amor  parou
na  sombra  de  uma  ingazeira.
O  que  ele  me  contou
parece  até  brincadeira.

Bastou  ele  sentar, dormiu
e  conseguiu  descansar.
Quando  ele  acordou,  ouviu
o  lindo  canto  de  um  sabiá.

Quanta  sonoridade,
que  beleza  de  comunicação!
Era  pura  felicidade,
contagiava  sua  emoção.

Ele  parecia  brincar,
variava  seu  canto  pra  convencer
meu  amor  não  cansava  de  olhar.
Algo,  ele  queria  dizer.

Aos  poucos,  foi  entendendo
a  mensagem  que  ele  queria  passar.
Dizia  que  o  que  amo  está  crescendo
e  que  ainda  não  é  hora  pra  descansar.


Foi  uma  dura  lição
que,  ao  meu  amor,  fez  despertar,
pra  tudo  tem  uma  ocasião,
pra  quem  na  vida , só  agora,  começou  lutar.