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domingo, 8 de maio de 2011

Lembrança



Quando  a  boiada  passou,
na  minha  garganta  deu  um  nó,
chocado  ainda  estou,
com  a  ausência  do  vaqueiro  Jacó.

Sentado  na  minha  varanda,
do  lado , o  seu  café  da  manhã,
era  minha  ajuda  na  sua  demanda,
além  de  amigo , eu  era  seu  fã.

Era  um  homem  experiente
com  boi,  sabia  trabalhar.
Sempre  foi  atencioso  com  a  gente,
era  um  prazer  lhe  ver,  por  aqui,  passar.

Foi  um  vaqueiro  guerreiro
e  sempre  cumpriu  com  a  sua  obrigação
pra  ajudar,  sempre  chegava  primeiro,
era  o  braço  direito  do  seu  patrão.

Quando  a  boiada  se  aproximava,
seu  grito,  era  o  que  primeiro  se  ouvia,
parecia  que  ele  cantava
e  o  gado , no  coice  do  seu  cavalo,  seguia.

Sempre  foi  maravilhoso  de  ver
uma  boiada,  por  você,  passar.
Harmonia,  pra  quem  não  conhece,  é  difícil  de  crer,
e  o  vaqueiro  consegue,  quando  sabe  trabalhar 

Nisso, Jacó  era  mestre
e  a  qualquer  um , dava  lição.
Jamais , deixou  boi  de  arribada  no  agreste,
e  quando,  necessário, sabia  usar  o  cambão.

Quantas  vezes  eu  parei
quando  ele  arranchava,  pra  pegar  o  seu  pirão.
Era  o  momento  de  descanso,  eu  sei.
Feliz,  também  comia  o  seu  feijão.

Foi  duro  acreditar,
quando  um  vaqueiro,  de  mim,  se  aproximou,
dizendo  que  queria  me  falar
que  o  meu  amigo  Jacó,  para  o  céu , DEUS  levou.

DEUS  o  tenha  num  bom  lugar.
Ele  sempre  fez  por  merecer.
De  onde  ele  estiver, para  os  animais,  vai  sempre  olhar.
Do  cheiro  de  boi,  jamais  vai  esquecer.


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