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domingo, 8 de maio de 2011

Sertanejo


Eu  nasci sertanejo.
No  sertão  me  criei.
Sair  deste  chão  não  me dá  desejo.
Pra  permanecer,  tem  que  ser  forte  eu  sei.

Sinto  vontade  de rir
quando  falam , que  o sertanejo  é  um  sofredor.
Eles  se  esquecem , quem  nos  colocou  aqui.
Foi  aquele  que    o  frio,  conforme  o cobertor.

Aqui  nasce  a  aroeira,  a  braúna,
que  nem  fogo  consegue  queimar.
Em  outras  terras,  uma  muda  ninguém  arruma
porque  provam,  que  os  guerreiros,
 sobrevivem  em  qualquer  lugar.

Quem    fez  parar  o  canto  da  patativa?
Quem  nunca viu  a  linda  flor  do  mandacaru?
É  um dos  pedaços  de  chão  que  o  sol  mais  cativa,
mas  compensa  com  o  saboroso  fruto  umbu.

Água  limpa    quando  cai  do  céu.
Quando  acaba,    de  barreiro o  sertanejo  consegue  beber.
Do  azedo,  feliz  ele  transforma  em  mel
porque  é  um  privilégio,  no  sertão  um  cidadão  nascer.

Concordo  que  não  é  fácil  viver  no  sertão,
mas  quem  nos  deixou  aqui  sabe  o  que  fazer.
Pra  quem  tem  pele  fina,  tentar ser  sertanejo,
vai  saber  a  razão
que  os  obstáculos  fazem  parte  da  vida
 e  para  vencê-los,  nem sempre  querer  é  poder.

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