Eu nasci sertanejo.
No sertão me criei.
Sair deste chão não me dá desejo.
Pra permanecer, tem que ser forte eu sei.
Sinto vontade de rir
quando falam , que o sertanejo é um sofredor.
Eles se esquecem , quem nos colocou aqui.
Foi aquele que dá o frio, conforme o cobertor.
Aqui nasce a aroeira, a braúna,
que nem fogo consegue queimar.
Em outras terras, uma muda ninguém arruma
porque provam, que os guerreiros,
sobrevivem em qualquer lugar.
Quem já fez parar o canto da patativa?
Quem nunca viu a linda flor do mandacaru?
É um dos pedaços de chão que o sol mais cativa,
mas compensa com o saboroso fruto umbu.
Água limpa só quando cai do céu.
Quando acaba, só de barreiro o sertanejo consegue beber.
Do azedo, feliz ele transforma em mel
porque é um privilégio, no sertão um cidadão nascer.
Concordo que não é fácil viver no sertão,
mas quem nos deixou aqui sabe o que fazer.
Pra quem tem pele fina, tentar ser sertanejo,
vai saber a razão
que os obstáculos fazem parte da vida
e para vencê-los, nem sempre querer é poder.
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