Saio cedo pra trabalhar
com a enxada nas costas , sigo o meu caminho.
Comigo mesmo, começo a falar,
a vida é dura, mas, difícil é viver sozinho.
Do sol me protejo, com o meu chapéu de palha,
com minha roupa surrada, dos espinhos,
sadio, nada me atrapalha.
Bebendo água da roça, sinto gosto de vinho.
Planto mandioca, milho e feijão.
Trato a terra com muito carinho.
Tenho orgulho de ser do sertão.
Quando não chove, dou meu jeitinho.
O milho morre, o feijão seca,
o que eu posso fazer?
Trabalhei, fiz minha obrigação,
se falta chuva, não sou eu quem faz chover.
Eu peço a DEUS que tudo melhore, em forma de oração.
Eu sou um caboclo feliz,
pode até não parecer.
Vingou muita coisa que eu fiz,
acredito, até sem merecer.
Quando estou trabalhando
puxando cobra pros pés,
fico distraído cantando,
esqueço até dos mil réis.
É gostoso de ouvir
os passarinhos, que junto de mim, vêm cantar.
Rola Fogo pagou, Passo Preto e Juriti
ficam loucos de ciúme, quando outros,
perto de mim, vem sentar.
Quando o sol vai se escondendo,
eu pego o caminho de casa.
Um feixe de lenha nas costas , vou trazendo
pra fazer fogo, é o que a gente acha.
No riacho, lavo o suor
e aproveito pra tirar a sujeira do pé,
pra chegar com a cara melhor
e receber um cheiro da mulher.
Assim, o tempo passa
e desse jeito, vou vivendo.
Quem quiser, que diferente, faça.
Eu sei o que estou querendo.
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